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Webquests: aproximando o virtual do real

Webquests: aproximando o virtual do real

Em tempos de ensino remoto, a distância entre o professor e os alunos precisa ser compensada com metodologias que os aproximem, possibilitem interações entre eles e deles com os objetos de conhecimento.

Este é apenas um dos diversos desafios que professores e alunos vêm enfrentando desde o ano passado.

Com dispositivos móveis cada vez mais conectados e com o acesso à informação nas pontas dos dedos, envolver os alunos no processo de descoberta e encantamento se faz necessário.

Para vencer esta barreira, unindo a realidade à possibilidade, os alunos de 6º e 7º anos foram desafiados a realizarem uma Webquest.

A Webquest é uma “…atividade orientada para a pesquisa em que alguma, ou toda, a informação com que os alunos interagem provém de recursos na internet, opcionalmente suplementados por videoconferência” (Dodge, B. 1995).

Na premissa das Webquests está traduzida a realidade atual!

Por ser uma atividade de pesquisa orientada, os alunos realizaram as tarefas com autonomia, respeitando as etapas e gerenciando o tempo com responsabilidade.

Cada etapa da atividade desenvolveu diferentes habilidades, focadas na realidade do aluno frente aos objetos de conhecimento.

O sexto ano investigou as etapas da fotossíntese, respiração celular e desenvolvimento dos seres vivos, a fim de comparar e diferenciar estes processos, identificando as relações existentes entre a produção de matéria e energia.

Foram provocados a pensar em uma solução para uma situação problema na qual uma criança sofre uma grande frustração e, assumindo o papel de pai, realizaram uma intervenção com embasamento científico. A situação em questão trazia que:

Era uma sexta-feira.
Estava tudo pronto para a viagem.
Boia, roupa de banho, toalha de Pokémon. Ah, e seu novíssimo celular com uma câmera incrível!
Augusto, no alto de seus 11 anos, estava preparado para primeira viagem longa em família! E de barco!!! Que ansiedade!
Era noite. Véspera da viagem.
Com seus pais, assistia à televisão, quando uma notícia no telejornal chamou sua atenção.
O repórter dizia que “plantas aquáticas são grandes vilãs na navegação pelo rio Tietê, pois atrapalham as hélices das embarcações e impedem que turistas possam aproveitar os passeios de barco”.
Que terror!
Aquelas plantas monstruosas iriam acabar com seu passeio? Não!
Augusto ficou apavorado!
Começou a chorar descontroladamente, gritando “Eu odeio plantas! Odeio todas elas! Nunca mais vou comer nem uma alface!“, para o desespero dos seus pais.
Com muita paciência, seu pai (que é cientista) o colocou no sofá e explicou, pacientemente, que…

O sétimo ano investigou os gases que compõem a atmosfera, bem como o efeito estufa e o aquecimento global, comparando a importância destes com os riscos para a vida na Terra.

A situação problema trabalhada pelos alunos os levava a imaginar uma Terra pós-apocalíptica, na qual:

O ano é 3200. Os seres humanos vivem embaixo da Terra, em cidades construídas em túneis. Somos apenas 10.000.
O Planeta azul agora é vermelho como Marte e quente como Vênus.
Há vida lá fora. Isto é, não a vida como estamos acostumados. Apenas bactérias extremófilas sobreviveram.
As poucas plantas que conseguiram ser salvas, são cultivadas à luz artificial.
A água é escassa e muito valiosa. Retiramos apenas o necessário dos lençóis freáticos. Cada ser humano tem direito a três copos por dia.
Acho que já é noite. Não sei, aqui embaixo é tudo sempre muito igual.
Me chamo Jéssica. Estou sentada em minha estação digital, conectada às redes interplanetárias, quando, de repente, meu computador recebe uma mensagem estranha.
Um e-mail?
Não pode ser.
A data do e-mail é do ano de 2021!
Alguém no passado enviou este e-mail para eu ler no futuro? Quem seria?
O e-mail tem apenas uma pergunta…
“Ei, você aí! Como é viver no futuro?”

Durante quatro aulas, vivenciaram e protagonizaram as histórias para resolver os problemas e desafios, descobrindo a importância da busca por informações em fontes confiáveis, da construção do conhecimento científico, do pensamento crítico e da conscientização quanto ao uso de recursos e fenômenos da natureza.

Marcelo Menuzzi
Professor de Ciências e monitor do 6º ano

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