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A saúde socioemocional das mães em tempo de pandemia

A saúde socioemocional das mães em tempo de pandemia

Neste mês em que comemoramos o Dia das Mães, o Emilie convida as famílias a refletirem de forma muito sensível sobre a saúde socioemocional das mães em tempo de pandemia.

Para iniciar nossa conversa, a Mestre em Psicologia, Maria Tereza Maldonado, dividiu conosco sua experiência com os serviços voluntários de atendimento psicológico nestes últimos meses. Maldonado é autora de vários livros sobre relações familiares, desenvolvimento pessoal e construção da felicidade e do bem-estar e nos deu algumas dicas muito pontuais sobre como colorir a rotina, dividir inquietações e encarar os problemas como oportunidades de aprendizado de recursos.

Tereza trouxe uma reflexão do antropólogo, sociólogo e filósofo Edgar Morin, que completa seu centenário este ano: a pandemia mostra nossa interdependência e a resposta é solidariedade. E reforçou que esta solidariedade começa dentro de casa, com cooperação e cuidado de uns com os outros.

Complementando a reflexão, três mães do Emilie partilharam suas vivências. Ana Claudia Crivari, com quatro filhos alunos, disse que um filme passou em sua cabeça ao pensar nas situações que poderia dividir conosco em um cenário de adversidades para tantas famílias. Em sua casa, os acordos de convivência já existiam, mas evoluíram! Lá ninguém “ajuda”: todos fazem parte da casa. A família buscou um refúgio em uma casa onde pudessem contemplar a natureza, ficar em contato com a vovó, adotar um animal de estimação, cozinhar juntos… Ana Claudia compreende que perderam muito na pandemia, mas observa o quanto também ganharam.

Caroline Brasilio, nossa ex-aluna e atual professora, diz que quando a pandemia começou, sua filha Olívia tinha acabado de completar 4 anos e era uma criança completamente diferente da que é hoje. Mas ela também era uma mãe completamente diferente. Nos últimos meses foi preciso dar outro significado à sua profissão, ao seu relacionamento com a filha e o marido e também ajudar os alunos nesta nova realidade. Houve uma mudança de perspectiva em prol da qualidade do pensamento: “uma vida em expectativa é uma vida em que não se vive o presente, mas que se fica ansiando o futuro”. Em sua casa o “faremos quando tudo isso passar” foi substituído pelo “o que podemos fazer enquanto isso”. Foi criando novas experiências artísticas que o lar virou uma grande galeria de arte! E completa que observar tão de perto a alfabetização de sua filha foi algo que nunca imaginou viver.

Marta Silva, mediadora do encontro e também mãe de alunos Emilie, aproveita o gancho para fazer coro à Caroline. Com um dos filhos tendo acabado de ingressar na universidade, ela pontua que já confiava na qualidade do ensino, mas foi surpreendente ver o esforço e organização tão de perto.

Para Thais Reimberg Silva, mãe de três alunos, a pandemia trouxe a oportunidade de enfrentar tudo em família. Por nove meses ela, marido e filhos dividiram a casa com a mãe, irmã, cunhado e sobrinhos! Foi preciso abrir mão da privacidade e reorganizar o espaço pessoal e coletivo. Ela, que achava que estava sempre no controle de tudo, se descobriu tendo que se entregar e ficar à espera do que aconteceria. Neste momento, duas coisas se revelaram essenciais: o suporte da família e a fé. “Vivemos o natural e Deus fez o sobrenatural”. E apesar da ansiedade em voltar para casa, retomar a rotina trouxe um forte impacto emocional. Os olhos brilham ao dizer que antes do encontro refletiu com o filho Arthur, de 14 anos, sobre os benefícios deste período e ouviu que ele “fortaleceu o relacionamento como família”.

São tantas experiências emocionantes em tantos lares, com diferentes desafios. Mas em todos a importância de refletir sobre a saúde socioemocional. Tereza reforça que conflitos vão surgir das inevitáveis diferenças e é importante reconhecer as divergências em busca de soluções razoáveis para todo mundo, lidando com a frustração dos filhos e também validando os próprios sentimentos, sempre nos sustentando em uma teia de cooperação.

Como disse Caroline, “o que estamos vivendo aqui é vida também, e temos a oportunidade de estar juntos passando por isso”.

Você perdeu esta conversa? Confira a gravação no YouTube:

E falando em saúde mental, você sabe o que é o Transtorno de Personalidade Borderline?

Confira uma conversa com profissionais de saúde e educação sobre saúde mental com foco no Transtorno de Personalidade Borderline para o Curso de Neurociência Aplicada à Educação, da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo – FCMSCSP, com participação de nosso professor de Biologia, Fábio Leandro dos Santos, no roteiro e produção:

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